Investimentos em educação ainda são precários
A história da categoria é marcada por uma trajetória de lutas e de muitas conquistas. Quem reflete sobre a questão é a professora de artes cênicas do Centro de Ensino Fundamental 04 de Planaltina, Isabel Cavalcante. Segundo ela, os educadores nunca receberam nada de graça e as conquistas sempre foram alcançadas com muita disposição e batalha. “Entrei na Secretaria de Educação em 1989 e sempre participei ativamente dos movimentos de greve. Desde o início da minha carreira cheguei a sofrer algumas perseguições, mas vi muitos avanços e retrocessos”, relata Isabel Cavalcante.
Entre os avanços a professora ressalta o acesso à educação, que hoje é maior; as escolas têm autonomia para usar os recursos e a educação inclusiva. Apesar disto, o investimento e a valorização do profissional da educação, principalmente na questão financeira, são precários. “Algumas mudanças vêm afetando a qualidade do ensino, e tornando cada vez mais fáceis as condições de aprendizagem para o aluno, não lhe propondo o desafio de aprender. O aluno não tem sido preparado para aprender realmente e enfrentar desafios. O seu nível de aprendizagem está cada vez mais baixo e a sua chance no mercado da concorrência é cada vez menor”, ressalta.
A professora de artes cênicas diz ainda que não vê uma categoria forte e corajosa como antes. Segundo ela, as pessoas parecem ter desacreditado da sua força e da força do próprio Sindicato. “Estamos com o salário defasado, não temos um plano de saúde digno e tivemos há pouco tempo talvez uma das maiores perdas, que foi o fim da nossa aposentadoria especial por tempo de serviço. Sabemos que a nossa profissão é extremamente desgastante, lidamos de frente com todas as dificuldades sociais e familiares, e isso nos afeta profundamente. A aposentadoria especial e o plano de saúde são necessidades de uma categoria que, infelizmente, está adoecendo”.
Para o futuro, Isabel Cavalcante espera que os governantes acreditem na Educação como um caminho para um futuro melhor para a sociedade e para o país, não se esquecendo de que o professor é peça chave nesse processo. “É possível construir uma escola atraente, desafiadora para o aluno e para o professor, onde o aluno se sinta realmente desafiado a aprender, conquistar, ir adiante. Uma escola onde os projetos pedagógicos possam ser valorizados com espaço adequado, recursos e material humano. Uma escola com professores bem remunerados e valorizados”, finaliza.
Professora: Isabel Cavalcante
Centro de Ensino Fundamental 04 de Planaltina
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