Desgaste físico é uma das grandes preocupações da categoria
Os últimos vinte anos foram de vitórias para a categoria. Quem afirma é o educador e fotógrafo, Jorge Oliveira. Segundo o professor de geografia do Centro Educacional São Francisco, de São Sebastião, ganhos como o aumento no número de vagas nas universidades e nas escolas de ensino técnico são motivos de comemoração, já que “representam um avanço expressivo ao processo de democratização do ensino e aos avanços na qualificação profissional e intelectual da sociedade brasileira”. Apesar disto Jorge afirma que ainda há grandes desafios a serem superados. Um deles são as longas jornadas de trabalho, responsáveis pelo desgaste excessivo dos profissionais da educação.
“As conquistas do passado, sejam elas nas condições de trabalho, valorização do servidor ou salarial, são consequências de um processo histórico da educação no Brasil. Apesar disto, espero o verdadeiro reconhecimento por parte da sociedade e, principalmente, dos gerenciadores do poder, para que possam ver a importância do professor para a formação de uma sociedade igualitária em oportunidades e pacífica em suas escolhas”, revela Jorge.
Para o futuro, o educador crê na possibilidade de construção de um ensino médio realizado em tempo integral e concomitante à profissionalização da mão-de-obra. “O esporte, em suas mais variadas modalidades, também deveria fazer parte de práticas comuns nas escolas públicas, visando o descobrimento de novos talentos. Isso, aliado a mais moderna tecnologia, permitiria a construção dos subsídios para uma verdadeira revolução no sistema educacional”.
A existência de mais dinheiro para investimentos na educação é um ponto que, para o educador, será capaz de acelerar a redução das desigualdades sociais, proporcionando um equacionamento das mazelas que assolam o cotidiano da sociedade brasileira. “Acompanhado a isso será importante mudanças na mentalidade do senso comum, onde na educação a obrigação maior é do professor, e na verdade as responsabilidades se dividem igualmente entre família, Estado, professores, sociedade e imprensa”.
O professor conclui revelando que a permanência na carreira não depende apenas de ideologia e aptidão, mas também do reconhecimento social e financeiro. “São condições fundamentais para a preservação dos atuais profissionais e para atrair os novos mestres que estão sendo lapidados em nossas universidades. É preciso que os veículos de comunicação percebam que quanto mais exposição dos exemplos positivos conquistados através da educação, maiores serão as conquistas sociais”.
Professor: Jorge Oliveira
Centro Educacional São Francisco, de São Sebastião
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