Brasília parou contra o calote de Rollemberg

Foto_Ato Publico
Estudantes, trabalhadores e trabalhadoras de diversas categorias de servidores lotaram a Praça do Buriti, na manhã desta quinta-feira (24), em um ato de protesto contra o calote imposto pelo governo Rollemberg ao funcionalismo público do DF.
O GDF anunciou a suspensão dos reajustes aos servidores, concedidos de forma escalonada em lei de 2013, alegando não haver dinheiro em caixa para fazer os repasses. A medida integra um pacote, que traz ainda aumento nas tarifas de ônibus e metrô, implantação de um plano de demissão voluntária nas empresas públicas, aumento de impostos e nos valores de entrada do zoológico e dos restaurantes comunitários.
Segundo a diretora do Sinpro Rosilene Correa, a manifestação de hoje “sinaliza o entendimento que os servidores estão tendo da crise que o GDF está causando e que pode se agravar, na medida em que o governo toma decisões que acarretam em prejuízo, ataque aos direitos, faz opção por ir na ilegalidade, argumentando que é devido a uma crise”. De acordo com a dirigente, passar por crise todos os estados passam e sempre passaram, principalmente em se tratando de atender questões dos trabalhadores. “Mas vamos verificar, pois a alegada crise não tem o tamanho que o GDF diz ter. O que ocorre é uma decisão política, pois o governo está fazendo a opção arrochar para arrumar a casa, mas quem vai pagar o preço por isso somos nós, trabalhadores. Falamos de toda a população. Na medida em que o governo causa prejuízo aos prestadores do serviço, o GDF causa prejuízo a quem depende desse serviço. Então, o governo toma a decisão de estabelecer o caos no DF. O que nós esperamos é que as categorias façam essa leitura e que se mantenha a unidade que está posta neste momento para enfrentramos isso, pois não podemos permitir que os próximos três anos sejam de prejuízos para a classe trabalhadora. Ao contrário, precisamos de um estado fortalecido e, para isso, necessitamos de servidores valorizados. O GDF está dando uma demonstração de que não está empenhado em buscar alternativas, mas sim em manter uma decisão e ver onde isso vai dar”, enfatizou Rosilene.
Por volta das 11h, dirigentes sindicais se reuniam com representantes da Casa Civil e da Secretaria de Relações Institucionais. Para nada. O governo voltou a usar a suposta crise como fator impeditivo para conceder os reajustes estabelecidos em lei. “O GDF reafirmou a posição de que não tem recurso e que está encontrando dificuldades em pagar os salários no próximo mês. Nós falamos que, frente a esta situação, os servidores estarão encaminhando greve geral a partir do quinto dia útil do mês de outubro”, disse o coordenador do Fórum em Defesa do Serviço Público no DF e secretário-geral da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues.
Para diretor da CUT Nacional Roberto Miguel, “a CUT Brasília e seus sindicatos, assim como outros não filiados à Central, organizou este ato para começar um processo de pressão ao governador Rollemberg contra o que estamos chamando de pacore de maldades, pacote contra a sociedade e, principalmente, pacote contra os servidores. Não vamos permitir que o GDF transforme os servidores, mais uma vez, na grande vítima da sua incompetência. Há dinheiro para efetuar esses pagamentos. sem falar que lei aprovada na Câmara tem que ser cumprida. Será cumprida após este ato ou depois de uma grande greve geral, parando por tempo indeterminado os serviços públicos, se for necessário”.
A categoria tem assembleia marcada para o dia 8. “Até lá, o GDF terá tempo suficiente para pensar e rever a sua decisão. E nós definiremos os rumos do nosso movimento”, disse Rosilene.