Apesar de a CPI provar que não há rombo, governo insiste na reforma
As derrotas que Brasil sofreu na semana passada jamais permitirão a seu povo ser, de fato, uma Nação soberana. Na primeira delas, os deputados federais que se venderam, pela segunda vez este ano, por R$ 32 bilhões, para barrar a segunda acusação da Procuradoria Geral da República (PGR), impediram a investigação do presidente da República ilegítimo Michel Temer, acusado de formação de organização criminosa e obstrução da Justiça.
Com o arquivamento da denúncia, eles fortalecem ainda mais a meta do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de entregar aos banqueiros que operam empresas de previdência privada as contribuições financeiras dos trabalhadores brasileiros à Previdência Social. Os estudos sobre a Previdência Social brasileira e, agora, a CPI têm mostrado e comprovado que a Previdência é tão superavitária que mais de 30% de seus recursos financeiros são desviados por meio da DRU para pagamento de dívida pública, ou seja, 30% de seus recursos são já são entregues, mensalmente, ao sistema financeiro.
Depois do arquivamento da segunda denúncia da PGR contra Temer, Meirelles voltou a dizer, na imprensa nacional e internacional, que, agora, o Congresso Nacional tem de aprovar, na íntegra, a reforma da Previdência. Ele e a mídia insistem no discurso do rombo, que já foi desmentido por várias instituições sérias, como universidades públicas e entidades do movimento sindical, como a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Anfip), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), entre outras instituições.
Até o Senado Federal comprovou, neste mês, que não há nenhum rombo na Previdência e que não há a menor justificativa plausível para um governo ilegítimo pôr em curso uma reforma que só interessam ao sistema financeiro e a megaempresários nacionais e internacionais, geralmente, operadores de empresas privadas de previdência social. Após seis meses de trabalho na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Previdência, o relator, Hélio José (PROS), anunciou que o sistema não é deficitário.
O relatório da CPI da Previdência diz que os problemas da Previdência são de ordem administrativa e de vontade política, como, por exemplo, o desvio de grandes volumes de recursos financeiros da Seguridade Social para outros setores do governo; a incapacidade do poder público de cobrar os grandes devedores do INSS – geralmente os grandes empresários que estão trabalhando em favor da reforma de Michel Temer e os bancos –, além dos sucessivos programas de perdão dessas dívidas.
De acordo com o relatório, a dívida das empresas privadas com a Previdência já está em R$ 450 bilhões. A Procuradoria Nacional da Fazenda calcula que, desse total, somente R$ 175 bilhões são factíveis de serem recuperados.
A segunda derrota do Brasil foi a entrega do pré-sal às megaempresas internacionais de exploração de petróleo. Dois dias depois do arquivamento da denúncia da PGR, o outro crime contra a Nação foi o leilão e entrega, a preços vis, de oito blocos de pré-sal a empresas estrangeiras.
Importante lembrar que os deputados federais que votaram contra a segunda acusação da PGR são os mesmo que estão dilapidando o país ao votarem a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff para abrir o caminho para a aprovação de políticas contra o país, como a reforma trabalhista que acabou com a CLT, a reforma do Ensino Médio, a PEC 241/16 – que congelou por 20 anos os investimentos os gastos primários do Estado brasileiro, ou seja, retiraram investimentos em educação, saúde, segurança, assistência social, entre várias outras reformas.
Confira o Relatório da CPI da Previdência do Senado Federal
A diretoria colegiada do Sinpro-DF entende que somente com participação, unidade e muita luta a categoria docente e demais trabalhadores do país poderão impedir a reforma da Previdência proposta pelo governo ilegítimo Michel Temer. O Sinpro-DF é uma das entidades que têm feito, insistentemente, a denúncia sobre o real objetivo dessa reforma, quem está por trás dela e divulgado todos os esclarecimentos sobre a situação o Sistema de Seguridade Social brasileiro, conquistado com muita luta da classe trabalhadora.
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Em 2016, Sinpro-DF produziu primeira série de reportagens sobre a reforma da Previdência
Entre maio e novembro de 2016, o Sinpro-DF apresentou à categoria a primeira série de reportagens sobre a primeira versão do texto da reforma da Previdência, a PEC 287, esmiuçando os cálculos propostos pelo governo ilegítimo, explicando os prejuízos nefastos que iria causar na população e na categoria docente, desmascarando os interesses do empresariado e do sistema financeiro, contando a história e os motivos da criação, no Brasil, de um Sistema de Seguridade Social independente e sem nenhum tipo de rombo.
Confira aqui matérias da primeira série, todas as demais matérias que, embora o texto que irá ao Plenário seja o substitutivo, intitulado de PEC 287-A, os efeitos são os mesmo da PEC 287.
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